terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Teorias ou modelos demográficos

Thomas Robert Malthus (1766-1834)
“População, quando não controlada, cresce em razão geométrica. Recursos de subsistência crescem, apenas, em razão aritmética”.

     -Dentro de uma garrafa, cheia de um líquido nutritivo, cai um micróbio. O micróbio se alimenta, cresce e se divide em dois. Os dois se alimentam, crescem e, por sua vez, se dividem dando origem a quatro micróbios. Verificamos que o número de micróbios duplica de minuto em minuto. Sabemos que o primeiro micróbio caiu na garrafa à meia-noite e que a garrafa chegou a se encher pela metade de micróbios em quatro horas, ou seja, ela está pela metade às quatro horas da manhã. A que horas ela estará completamente cheia?


     Thomas Malthus foi um economista inglês que elaborou uma teoria que afirmava que a população cresceria a um ponto tão grande, que seria impossível produzir alimentos suficientes para alimentar o número de pessoas no planeta.
     A base dessa teoria consiste no fato de que a população mundial tem o potencial de crescer de maneira ilimitada, enquanto os recursos naturais (produção de alimentos) têm um potencial limitado de crescimento. Para Malthus, a população crescia em progressão geométrica (2,4,8,16,32...), enquanto a produção de alimentos crescia em progressão aritmética (2,4,6,8,10...). Isso resultaria, ao longo das décadas, um déficit agrícola que poderia gerar, além da carência alimentar (fome), o alastramento de doenças, epidemias e guerras entre nações.
     Outras teorias ou modelos demográficos, relacionando o crescimento demográfico e o uso dos recursos naturais (alimentos, matérias-primas, etc.), foram desenvolvidas ao longo do último século.

· Teoria Malthusiana

· Modelo Reformista Marxista

· Teoria dos Neomalthusianos

· Modelo da Transição Demográfica

· Ideias do Clube de Roma

· Modelo do “último recurso” ou “ultimate resource”

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Dominó das Capitais


No rumo das aves migratórias

Impulsionadas por fatores biológicos e ambientais, milhares de aves deixam anualmente suas áreas de reprodução e migram, percorrendo longas distancias para garantir a sobrevivência da espécie. Muitas se hospedam no Brasil.

     Todos os anos, o trinta-réis-ártico (Sterna paradisuea), uma avezinha preta e branca, com pouco menos de 40 centímetros, realiza um longo vôo de pólo a pólo. Durante nove meses, ele percorre mais de 20 000 quilômetros, do Circulo Polar Ártico até o limite da Antártica, e retorna, então, ao ponto de partida. Campeão absoluto entre as aves migrantes de longo percurso, o trinta-réis é seguido de perto, nessa maratona aérea, pelo batuiruçu (PIuvialis dominica). Este viaja 12 000 quilômetros, a uma velocidade de até 90 quilômetros por hora. desde o Pólo Ártico até os pampas argentinos. Como essas, milhares de aves de diferentes espécies, deixam seus lugares de origem, quando o inverno se aproxima no Hemisfério Norte, à procura de alimentos e temperaturas mais elevadas. Das cerca de 10 000 espécies que existem no mundo, mais de um terço migra, em maior ou menor grau, o que abrange dezenas de bilhões de aves em busca da sobrevivência.
     Esse fenômeno é mais pronunciado no Hemisfério Norte, quando as aves cruzam a linha do Equador dirigindo-se para as áreas tropicais e subtropicais da América do Sul, África e Oceania, viajando sobre mares e desertos, picos nevados e grandes cidades. enfrentando tempestades, furacões e nevoeiros. Esse é o caso das mais de 6 milhões de andorinhas-azuis (Prognesubis) que todos os anos, no outono, batem asas do Canadá, Estados Unidos e norte do México e parte delas vem desembarcar no interior de São Paulo. Também um número incontável de maçaricos-brancos (Calidris alba), que se reproduzem na região ártica e cumprem uma rota migratória anual rumo à Terra do Fogo, costumam parar para um merecido descanso na Ilha de Itamaracá, em Pernambuco, onde se deliciam com moluscos e pequenos crustáceos. Ou então, na Lagoa do Peixe, no Rio Grande do Sul.
     Desde 1983, os arranha-céus paulistanos abrigam, de outubro a fevereiro, um hóspede ilustre que vem da Groenlândia: o falcão peregrino (Falco peregrinus), ave rara com menos de 1000 exemplares catalogados no mundo. Pela dimensão do território brasileiro, a chegada de diversas aves migratórias pode passar despercebida para a maioria da população, até porque as condições geográficas não favorecem grandes concentrações num único ponto. Mesmo assim, sabe-se que o país recebe todos os anos cerca de 123 espécies visitantes de longo percurso que aqui desembarcam para férias forçadas. Trata-se de um número expressivo se comparado com o número de espécies — 1 1620 — que compõem a avifauna nacional.Esses hóspedes emplumados não vêm apenas do norte. Cerca de 37% das aves que visitam o Brasil migram no sentido sul-norte. No outono, por exemplo, o andorinhão-das-tormentas (Oceanites oceanicus), deixa os ninhos no limite do continente antártico para alcançar o Norte do Canadá e nesse percurso pousa em alguns trechos do litoral verde-amarelo. Na mesma época, bandos de biguás (Phalacrocoracx olivaceus) fogem da Argentina para aterrissar no Pantanal ou nos lagos do Sul. Para a Lagoa dos Patos, no Rio Grande do Sul, convergem periódicamente mergulhões, biguás e diferentes espécies de marrecas.Diante desse surpreendente trânsito nos céus do planeta, é de se perguntar qual o motivo de tantas idas e vindas de aves, apesar dos inúmeros perigos que enfrentam no caminho. Os cientistas atribuem o fenômeno da migração ou invernada tanto a fatores endógenos — que se originam no próprio organismo da ave quanto exógenos provocados pelo ambiente. Sabe-se, por exemplo, que as aves dispõem de um ritmo interno fixo, diário, por isso chamado circadiano e de um ritmo anual, denominado circanual.Tais ritmos biológicos sofrem alterações conforme a duração maior ou menor de dias e noites que varia com as estações do ano.
     No inverno, por exemplo, as noites são mais longas. Em função disso, o organismo tem que passar por ajustes metabólicos, e quem os efetua é a glândula hipófise, depois de receber ordens do hipotálamo. Dessa forma, as aves sabem que o inverno se aproxima e é hora de migrar. E haja fôlego para voar milhares e milhares de quilômetros sem escalas. Isso só é possível porque a hipófise dá uma força, ativando funções hormonais que produzem uma camada de gordura debaixo da pele das aves, proporcionando-lhes o combustível necessário. No caso das aves que fazem voos muito longos, sem paradas, essa gordura chega a representar mais da metade do peso total de seu corpo. Os maçaricos, por exemplo, são mais resistentes que outras espécies de aves e aumentam em até 6% seu peso/dia. reabastecendo seus tanques de combustível rapidamente. Se de um lado essas gordurinhas a mais fornecem energia de outro representam rica fonte de alimentos. Por esse motivo e porque estão cansados da longa viagem, alguns tipos de maçaricos, como os que pousam no litoral paraense, popularmente chamados de pirão gordo, acabam se transformando em presa fácil dos pescadores, que os capturam com redes como se fossem peixes. Estudos mostram cálculos interessantes sobre o rendimento dessas reservas de gordura. Um beija-flor americano, por exemplo, que pesa 2,5 gramas, se ganhar mais 2 gramas de gordura, é capaz de voar durante 26 horas, percorrendo uma distância de 976 a 1040 quilômetros, sem parar.

     No interior paulista, hóspedes tradicionais
     Em meados de outubro, em plena primavera, as árvores das praças de cidades como São José do Rio Preto, Barretos, Rio Claro, Ribeirão Preto e Araraquara, recebem hóspedes internacionais: as andorinhas-azuis norte-americanas, que tradicionalmente passam férias no interior paulista. Elas gostaram tanto da hospitalidade brasileira, que é cada vez maior o número dessas aves na região de São José do Rio Preto. Há vinte anos, elas não passavam de 6 000. Mas, em 1985, cerca de 70 000 andorinhas azuis estiveram por lá. Dois anos mais tarde, as concentrações atingiram 120 000 pássaros. Entretanto, no ano passado, as condições meteorológicas não ajudaram as andorinhas que viajavam em direção à América do Sul. Os furacões que se abateram sobre a América Central e o Caribe aniquilaram boa parte delas e a população migrante não ultrapassou 15 000 aves.



Questionário

1- Por que as aves migram?

2- Em que região do mundo o fenômeno da migração das aves é mais pronunciado?

3- O que as aves enfrentam quando cruzam a linha do equador dirigindo-se para áreas tropicais e subtropicais?

4- Quais são os lugares de origem das andorinhas-azuis?

5- O que os maçaricos-brancos costumam fazer durante sua longa viagem migratória?

6- De onde vem e para onde migra o falcão peregrino? Por que ele é uma ave rara?

7- As pessoas também migram. Para você, quais seriam os motivos para as pessoas migrarem?

8- Você conhece alguma pessoa que migrou? Se sim, você imagina qual é o motivo da migração?